22.11.10

a viagem.

As pessoas têm o magnífico poder de magoar as outras. Nenhum outro ser tem esse dom, o que me faz alimentar minha raiva pela raça humana. É incrível como simples atitudes fazem um buraco enorme no coração das pessoas, principalmente no meu, que não sei resistir a situações tensas. Uma palavra dita, um gesto feito, uma mentira dada, uma "traição", uma pisada na bola, uma "patada".. tudo isso me faz ficar como estou hoje: em lágrimas, e não qualquer lágrima, mas as lágrimas de ter tentado voltar num passado escuro, e recebido uma decepção em troca. Eu sei que errei, tentar voltar ao passado é uma atitude de gente que não tem o que fazer mesmo, e eu não tinha. Continuo assim, me arrependendo do presente, do passado; e tentando aprender para o futuro. Todos os dias eu percebo que a professora de literatura tinha razão: minha vida é um trem, em que eu sou a piloto. As pessoas podem embarcar, e sair no próximo ponto. De que adianta voltar para colocá-las de novo no trem? A viagem continua, e é bem curta, não posso perder tempo. Eu sei que mais pessoas irão embarcar, irão desembarcar. Outras eu sei que ficarão no meu trem pra sempre. Só o que eu tenho que aprender, é que não posso me apegar aos passageiros, eles podem simplesmente mudar de trem, nenhum deles são confiáveis. E como diz Fernando Pessoa, eu continuo vivendo na certeza de que ninguém é insubstituível, e o meu trem continuará viajando, com passageiros abordo, ou não.

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