22.11.12

Tambores vazios


Eu não gosto de festas, não gosto de barulho. Um feriado perfeito, para mim, tem que ser no lugar mais tranquilo da face da Terra. Pois bem, estou agora no meio do mato, e o único barulho que ouço é o de um lindo passarinho cantando. Parece loucura, mas, eu sinto que ele canta para mim. Ele deve pensar como eu, deve pensar que o melhor lugar para se viver é no silêncio. Sem buzinas, sem músicas tolas, sem gente bêbada gritando, sem gente louca por dinheiro tagarelando no celular, sem o cachorro do vizinho latindo descontroladamente, sem o vizinho, sem a televisão tentando manipular minha mente, sem telefone, sem gente falsa, sem gente que não se valoriza, sem mais. Pelo amor de Cristo, existe lugar melhor que esse? Acredito que não. Na verdade, eu e o passarinho amarelo acreditamos que não. É exatamente por isso, que eu não consigo entender o porquê das pessoas amarem aquelas festas barulhentas. Tudo bem que o momento é legal, a curtição, os amigos, a azaração... Mas, e depois? Essa coisa toda de festa deixa um vazio depois que acaba... Deve ser um saco. Minha curtição é uma rede gostosa para deitar, uma música de Boyce Avenue para escutar. Jamais o trocaria por uma banda baiana qualquer. Odeio ouvir todo aquele barulho, que eles chamam de música, os quais denigrem a imagem da mulher; mas, o pior de tudo é que algumas delas amam "esfregar a tcheca no asfalto", ou "sentar pra ver se ele guenta", ou até "sentar em alguma Picape". Entretanto, há um lado super engraçado nisso: ter que suportar essas mesmas mulheres postarem em suas redes sociais, que nenhum homem presta, e que é difícil encontrar um amor verdadeiro. Acho que elas não estariam com um pensamento desses, se tivessem se valorizado mais. Acredito que essas mesmas meninas não podem julgar todos os homens, só porque elas deram seus corações para o primeiro que apareceu na frente (ou seja lá o que elas tenham dado). Ah, é por isso que não curto aquele barulho todo de "gente vivendo o momento de alegria"; para mim, aquelas pessoas são como um tambor: fazem muito barulho, mas, são vazias por dentro. Muita gente que eu conheço acredita que sou anti-social, que devo sair para me divertir, e tal. Antes que comentem aqui, dizendo que estou errada, saibam que eu não ligo. Até porque, o passarinho amarelo já me disse que estou certíssima.

24.9.12

Mamãe mandou avisar que ela não está.


"Foi só uma mentirinha".
Pois é. Cansei de ouvir tanta mentirinha na minha vida. Desde pequena, quando ouvia sobre a existência de Papai Noel, até os dias atuais, quando assisto horário político. Quando é que as pessoas vão aprender que mentir é realmente feio? Tem gente que já mente por osmose. E eu daria tudo pra viver em uma sociedade verdadeira, sério mesmo. Não vou definir a mentira através do Aurélio. Eu aprendi com a vida o que "mentira" quer dizer. É falta de caráter, falta de verdade, é desamor, instabilidade, bullying, raiva, inveja, arrogância, burrice. Não há mais nada a dizer. Quem não tem o que falar, deve se calar. Isso não é fraqueza, é sabedoria. O maior sábio entende bem o uso das palavras. E isso não é mentira.

3.9.12

Capa zero, livro lido.

Certas coisas me cansam, de verdade. Todo esse julgamento que as pessoas fazem das outras, sem nem se conhecerem. Seu jeito de se vestir ou seu aparente jeito de ser, pode dizer quem você é? Se seu cabelo é rasta, você é, necessariamente, um usuário de drogas? Se você usa um short curto, você costuma vender seu corpo? Gosta de rosa, é patricinha? Se você gosta de preto, você dorme no cemitério à noite? É homossexual, precisa ser ignorado? Se você é evangélico, é homofóbico? Se é baiano, dorme numa rede, e não entende de política? Essa história toda não faz sentido. Se quer saber o conteúdo do livro, você precisa lê-lo, porque a analise da capa pode trair você. E por que julgas pelo que pareço ser? Nada é o que realmente parece. Por favor, leia-me.

16.2.12

O que for pra ser, vigora.

Com uma caneta em gel, que borra palavras e destrói contextos, pus-me a lembrar daquele tempo que passou. Decepções, mágoas, surpresas ruins. Ah, quem dera eu tivesse uma máquina do tempo. Voltar atrás, corrigir os erros, dizer aquilo que deveria ter dito, mas, hesitei, fraca como sempre fui. Talvez, eu não tivesse que pagar o preço pelas atitudes errôneas que cometi. Essa coisa toda de viver o presente, não existe. Você hoje vive o produto do passado... Como não pensar nele? Dói imaginar que agora é tarde, Só me resta tentar fazer direito no presente, para que eu colha frutos bons no futuro. Ah, o futuro...

7.2.12

Oco; Ócio; Ópio.

As pessoas correm de um lado para outro, em busca de poder, dinheiro, reconhecimento, superação... Parecem hamsters numa gaiola, estúpidos, correndo na roda que não tem fim; aquela roda que é o pesadelo de todos, pois quem está nela, corre corre e nunca chega onde quer. É só suor, adrenalina, cansaço... Tanta coisa se passa na mente dos hamsters humanos, que estes se esquecem de que seus corações continuam vazios; sem amor, sem ser amados. é só ambição, só avareza. Há quem diga que o mundo acabará em 2012. E pra onde vão todos os vazios de alma? Não sei se o lago de enxofre comporta tanta gente, mas, tenho certeza que o homem dará um jeito para caber todo mundo, afinal, tudo em prol do conforto, não é? Em pleno século 21, não há nada impossível para aquele homem que foi à Lua. E não importa se ele não quis acabar com a fome, o descaso, a miséria, a falta de saúde... O que importa é que ele foi â Lua. Importa é que ele tem satélites e armas atômicas. O que importa é que ele tem um carro, e uma bicicleta. Sim, uma bike, ela faz bem ao meio ambiente. Vamos homens, vamos à Lua novamente! Vamos em busca de outros planetas! Vamos mostrar para o universo quão poderosos e hipócritas nós somos. Avante!

25.11.11

Vem cor, passa cor...

Eu posso pausar minha vida, afim de escrever um lindo livro. E o fiz, ele está pronto. Sei, todos podem ficar muito orgulhosos de mim, já que, depois de tantos anos, até eu estou. O livro conta a história da minha vida. Não vivi muito, mas vivi o suficiente para que esta aventura literária torne-se encantadora. O livro está aqui, em minhas mãos, sem uma palavra sequer. Sim, em branco.. Qual o motivo do espanto? Minha vida resume-se em silêncio, porque foi, e é nele, que eu ouço as mais lindas melodias. A batida de um coração, som perfeito, ritmado, calmo, transmitindo tranquilidade. Posso ouvir o quebrar das ondas e o cantar dos pássaros brancos.. Eles sabem o que dizem quando cantam, eles agradecem e louvam ao Criador, numa facilidade invejável. Mas, a melhor parte, está no terceiro capítulo. Uma página negra, que corresponde ao melhor momento da minha vida: quando fechei os olhos, naquela manhã de setembro, e senti um cheiro humano  altamente familiar, o qual eu pretendia levar pra sempre no decorrer da minha vida. Porém, a próxima página é vermelha. Foi nela que abri os olhos, e vi sangue. Não era vermelho de amor, nem de um coração feliz. Era apenas, sangue. Sim, um coração que chorou, porque abrir os olhos para a realidade da perda, nunca doeu tanto. Mas, quem liga para sangue? Possuo aproximadamente 5 litros em todo o meu corpo, não há nada mais familiar. Minhas próximas páginas, foram bem flexíveis. Dias rosas, simbolizando uma aparente tranquilidade temperamental. Dias escuros, simbolizando alto estresse e desníveis de comportamento. E dias brancos, na neve, assim como hoje.. Esses são aqueles dias que entrego meu ser à caneta, e a deixo transmitir minhas emoções ao papel, do qual somente ela pode tocar. A vida nunca foi tão fácil. Na verdade, andar com meus próprios pés não é tão fácil. Compreendo que todo filhote deve voar, ser feliz, sair das asas paternas, e jogar-se no mundo, transbordante de individualismo. Bem, não sou diferente dos filhotes. A questão é que não posso voar.. Mas não há problema nisso. Prefiro passar meu tempo pondo uma cor para cada dia da minha vida. Isso faz meu arco-íris brilhar, e meu pés fortificarem-se, para continuarem a andar.

12.10.11

From Today.

Antes, eu podia ouvir sons, ouvir o quebrar das ondas na praia. Agora, só o que resta no meu subconsciente é a voz daquele ser que falava pouco, mas falava bem. É automático pôr a cabeça no travesseiro, nas noites invernais, e ouvi-lo cantando, e olhando para baixo, à espera do tempo passar. Para você, deve parecer um simples ato humano e sem significados... Mas, para mim, cada leve mover de um músculo daquele homo sapiens, me mostrava o quanto Deus não lhes poupou a beleza, a simplicidade, a leveza, a paciência, a profundidade no olhar... Posso sentar e ordenar para que meu coração acalme-se e pare de agir como se estivesse numa escola de samba, mas ele não me obedece. Não duvido que as pessoas ao redor de mim ouçam o quanto este meu órgão é escandaloso, mas não importo-me com elas. Prefiro continuar tentando relaxar, mesmo que aquele perfume exale no ar, mesmo que aqueles passos sinalizem aproximação. É nesta hora que sinto minha pele corar, sem ter solução para isso. Não cesso a pensar, em como tudo poderia ser bem melhor, se isto não estivesse acontecendo. Eu teria mais domínio próprio, e minha mente teria espaço para pensar sobre outras coisas. Aquilo que me consola, é que às vezes tenho convicção de que tudo vai passar, abrirei os olhos, e tudo terá sido um sonho... Ou só mais um pesadelo. Esse é o efeito que causa em mim... Sem mais. 

24.7.11

Lição de uma pequena

Eu estava sentada na escada, esperando o tempo passar, esperando o dia acabar. Num dia de domingo, não é comum que pessoas completamente anti-sociais, assim como eu, tenham algo para fazer, ou tenham um lugar para ir. Com o anoitecer, a temperatura começou a diminuir, e a preguiça para vestir um agasalho me consumiu. Foi nessa minha luta interna, que eu as vi. Eram pequenas, andavam vagarosamente, e em fila. Formigas. Pequenas e frágeis formigas. Elas vieram buscar os restos do doce de leite que sobrou no chão. Para elas, eram muito pesados e, aparentemente, um resgate impossível. Primeiramente, cada uma tentou de várias formas, mas não tiveram força o suficiente. Logo depois, todas elas se uniram, num ato tão racional, que chegaram a me surpreender. Pela mesma fileira que chegaram, elas voltaram, com ar de vitoriosas, carregando aquele pedacinho de doce de leite. Meus caros leitores, vocês podem agora achar que é loucura minha, passar quase uma hora observando seres que, aparentemente, são tão insignificantes. Mas, eu estava as vésperas do resultado de um vestibular, e aquelas formiguinhas me ensinaram algo que nenhum ser humano conseguiu: determinação e paciência. Determinação, para saber o que você deseja fazer, quem você deseja ser, e correr atrás do seu sonho. Paciência, para saber esperar sua resposta, sem murmuração, sem ansiedade, sem pensamento pessimista. A resposta virá, no tempo certo, no lugar certo, e independentemente de qual seja, ela não terá sido a toa. É por isso que gosto das formigas, porque, apesar de serem pisadas e ninguém enxergá-las, elas possuem um potencial imenso, e uma linda lição de vida para nos ensinar: aquela de que, conseguindo ou não, o que importa é a sua determinação em tentar.

29.6.11

butterfly.

Feriado. O relógio parou. A cidade parou. Nenhuma bomba, nenhum criança gritando, irritantemente. Agora sim, creio que resgatei meu sossego. Quem sabe não é uma boa hora para a composição de uma música, ou talvez, para ter uma boa conversa comigo mesma. Confesso que estou precisando. Minha vida é como a de uma borboleta, que sai do casulo, para libertar-se no mundo a fora. Preciso ser como a borboleta, esse casulo está cada vez mais apertado... O que me falta é força pra voar, força para recomeçar, para deixar a metamorfose acontecer, sem nenhuma interrupção minha. É, às vezes eu tenho necessidade de envolver-me nos assuntos vitais, e manter-me como a comandante da vida. Pobre que sou, hipócrita que sou... A cada descoberta, o casulo abre-se mais, e este fato é diretamente proporcional ao meu medo do que está por vir. O que é novo e inesperado, costuma ser assustador. Agora, eu tenho duas escolhas: ficar aqui dentro, para sempre, atrofiada, com medo da mudança, com medo do que terei que enfrentar lá fora, com medo... Ou espreguiçar-me, abrir esse lar tão minúsculo, e voar pelo mundo, sem direção, sem medo, e sabendo que minha vida pode deixar-me a qualquer momento. É, isso chega a ser amedrontador. Preciso fazer minha escolha agora, o tempo passa, as pessoas passam... O casulo quebrou, é hora de partir. O que pensar na hora de partir? Não, não pense. Vá sem pensar, a mudança começa agora, e nunca é tarde para recomeçar. Vá, vá sem medo, voe, liberte-se, mude, cresça, conheça Jesus, pouse em flores, faça amizades, seja aquilo que você tinha medo de ser, pois o tempo de uma borboleta é curto, e ninguém sabe o momento em que será a hora de voltar ao seu casulo.

21.5.11

He is.


Posso olhar para ele, muitas vezes, e minha ideia nunca será alterada. Em meio ao lindo sorriso, em meio a alegria sincera, e as palavras verdadeiras, a simplicidade o envolve. Quem me dera ter um poema para expressar o quão iluminada a sua vida é. Quem me dera possuir as palavras certas, para gritar, lhes dizendo o quanto o amo. Eu gostaria de abraçá-lo e ouvir de sua boca o quanto sou importante para ele. E não há dúvida disso. Antes que o mundo estivesse pronto, aquele amor por mim foi declarado, sendo seguido de um sacrifício inigualável. Eu não tenho como retribuir, não tenho como agradecer. Quem sou eu, para que me desse tanto amor... Sou apenas um errante alguém. Eu o vejo comigo, e por mim. A sua vida nesta Terra, me ensina como dar meus próprios passos. Passos estes, que me conduzem a um lugar em que posso descansar com ele, e sentir-me protegida, correr parar ele e me abandonar no seu abraço. Não há outro igual a ele, sei que não há. Eu o procurei em tudo ao meu redor, mas só o achei quando parei de procurar. Como não o enxerguei? Ele estava dentro de mim, e ao redor de mim. Obrigada Jesus, obrigada.